segunda-feira, 25 de março de 2013

NÓS, ESPÍRITAS, DEVEMOS COMEMORAR A PÁSCOA ?



Na Páscoa, os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo após sua morte na cruz.

Nós, Espíritas, somos cristãos; entretanto, sabemos que ressurreição no sentido de ressuscitar (voltar a viver no mesmo corpo falecido) é impossível e contrária às leis naturais criadas por Deus; porém, é plausível entendermos ressurreição no sentido de ressurgir, voltar a aparecer! Esta explicação, sim, é aceitável.

Diante desta pequena introdução, vem a pergunta: nós, Espíritas, devemos comemorar a Páscoa?

O Espiritismo não tem dogmas inquestionáveis, rituais ou apresenta qualquer sincretismo religioso. Isso porque a Doutrina Espírita explica claramente que devemos compreender a essência dos ensinamentos morais do Cristo e segui-las, praticá-las, usá-las em benefício da sociedade e, por consequência, de nós mesmos. Fora da caridade, não há salvação: este é o legado Espírita!

Nós, Espíritas, não comemoramos a Páscoa como as outras 
religiões cristãs fazem mas temos a obrigação de respeitá-las nas suas crenças.

Aproveitemos a Páscoa para refletirmos sobre dois aspectos importantes: o primeiro é o exemplo claro da imortalidade da alma; mais uma vez o Mestre Jesus exemplifica seus ensinamentos e prova que a morte é, apenas, um efeito material e que o Espírito imortal continuará sua jornada rumo à perfeição. O segundo aspecto, talvez o mais importante, é o do ressurgimento do Exemplo Vivo do Amor!

O Mestre Jesus nos garantiu: “eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” e é Ele a quem devemos seguir! Assim, façamos da Páscoa uma passagem para uma nova etapa de nossas vidas. Façamos como Saulo de Tarso, quando na entrada de Damasco, vê o Cristo em todo seu esplendor, ajoelha-se diante do Mestre e pergunta: “Senhor, o que queres que eu faça?” E daquela data em diante “morre” Saulo e “nasce” Paulo, o Apóstolo dos Gentios, que viveu todos os demais dias de sua encarnação pelo Cristo e para o Cristo.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Papa Francisco - Que continue assim.


"Chegou a hora em que a Igreja deve prestar contas do depósito que lhe foi confiado; do modo como praticou os ensinos do Cristo, do uso que fez da sua autoridade, da incredulidade, enfim, a que arrastou os homens. 

Chegou a hora em que ela deve dar a César o que é de César e sentir a responsabilidade de todos os seus atos. Deus a julgou e reconheceu-a imprópria, de hoje em diante, para a missão do progresso, que incumbe a toda autoridade espiritual. 

Só passando por uma completa transformação ela poderia continuar, mas resignar-se-ia a isso? Não, porque então deixaria de ser a Igreja. Para abraçar as verdades e os descobrimentos da ciência, precisaria renunciar aos seus dogmas fundamentais.


Para voltar à prática rigorosa dos preceitos do Evangelho, precisaria renunciar ao poder, à dominação, trocar o fausto e a púrpura pela simplicidade e pela humildade apostólica."

Fonte: "Obras póstumas" - Allan Kardec


É interessante como o texto acima escrito em Paris, no dia 30/09/1863, se encaixa perfeitamente com a escolha do no lider religioso católico.

A eleição de Bergóglio representa um sinal claro de reforma da Cúria. Isso porque adotou o nome de Francisco, um marco nas mudanças da Igreja nos séculos XII e XIII, além de ser o primeiro papa jesuíta, congregação que pressionou por mudanças no catolicismo do século XVII.

Nos primeiros gestos, nas primeiras palavras, já um jeito próximo, natural: “Irmãos, irmãs, boa noite”. Ali estava não mais o Jorge, mas o Francisco. O nome já era um recado, mas era necessário mais. Para esse papa, o mais era o menos. Despojado, sem joias. Apenas a batina branca. Os últimos papas se apresentaram vestidos com adornos.
Nesta quarta, Papa Francisco não usou a tradicional capa vermelha. O crucifixo, também usado nesta quinta, segundo o Vaticano, é de aço. Nem mesmo de prata.
Nesta quinta, o cardeal francês Jean-Pierre Ricard contou: na saída do conclave, alguns funcionários tentaram impedir que cardeais acompanhassem o papa em um elevador. Mas Francisco exclamou: “De jeito nenhum, vocês podem todos vir comigo”. E, assim, vários cardeais se apertaram no elevador ao lado dele.
A etapa seguinte era fazer o trajeto entre a Capela Sistina, onde foi realizada a votação, e a Casa Santa Marta, que hospeda os cardeais. Ainda segundo o francês Jean-Pierre Ricard, lá embaixo, o papa preferiu ir de ônibus com os cardeais até a Casa Santa Marta em vez de usar um carro especial do pontífice, que seguiu vazio.
Francisco parece já ter definido, como prioridade de seu papado, a solidariedade para os que mais precisam. Nesta quarta, ao se despedir do público, disse: “Boa noite e bom repouso”. Parecia um pai que vela pelos filhos. Sua santidade, santa simplicidade.
Nós, espíritas, devemos desejar que este Papa seja realmente a mudança esperada pelos católicos ... até que sejamos um só pastor e um só rebanho.